quinta-feira, 30 de maio de 2019

O QUE É UM SONETO?



O QUE É UM SONETO?

Soneto é um poema composto de catorze versos, divididos em dois quartetos (duas estrofes com quatro versos) e dois tercetos (duas estrofes com três versos).
O soneto possui versos metrificados e rimados e, classicamente, esses versos são decassílabos (com dez sílabas métricas) ou alexandrinos (com doze sílabas métricas).
Foi provavelmente criado pelo poeta e humanista italiano Francesco Petrarca (1304-1374).
A palavra soneto (do italiano “sonetto”) significa pequeno som ao referir-se à sonoridade produzida pelos versos.

Tipos de Soneto

O soneto petrarquiano ou regular é o mais experimentado. No entanto, Willian Shakespeare (1564-1616) criou o soneto inglês, composto de 3 quartetos (estrofes de quatro versos) e 1 dístico (estrofe de dois versos).
Há também o soneto monostrófico, o qual apresenta uma única estrofe composta pelos catorze versos. E o soneto estrambótico, aquele que conta com versos ou estrofes adicionais.

Estrutura do Soneto

Os sonetos são geralmente produções literárias de conteúdo lírico formados, nessa ordem, por dois quartetos e dois tercetos.
No interior da estrutura do soneto, faz se necessário observar alguns conceitos básicos:
estrofe
verso
métrica
rima

Estrofe e Verso

Importante ressaltar que o verso corresponde a frase ou palavra que compõem cada linha de uma poesia. Enquanto a estrofe é o conjunto de versos de uma das seções do poema.
Assim, de acordo com o número de versos que compõem uma estrofe, elas são classificadas em:

1 verso: Monóstico
2 versos: Dístico
3 versos: Terceto
4 versos: Quarteto ou Quadra
5 versos: Quintilha
6 versos: Sextilha
7 versos: Septilha
8 versos: Oitava
9 versos: Nona
10 versos: Décima

Mais de dez versos: estrofe irregular
Saiba mais sobre o tema com a leitura dos artigos:

Fonte: https://www.todamateria.com.br/soneto/




Florbela Espanca

Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa em 1894 e morreu em 1930, com apenas 36 anos em Matosinhos, sendo vitima de suicidio. Foi uma poeta famosa que produziu .
Livro de Mágoas, Saudade
entre outros.

Transcrição de Análise do poema "Amar" de Florbela Espanca.

Análise do poema "Amar" de Florbela Espanca.
Constituição estrófica do poema, rima e métrica
O poema neste trabalho analisado é composto por 4 estrofes: duas quadras e dois tercetos, ou seja, um soneto.

Esquema rimático:1ª estrofe-
abab
,2ª estrofe-
abba
, 3ª e 4ª estrofes-
ccd eed
.
A rima é rica nas 2 primeiras estrofes e pobre nos versos "d" mas rica nos outros.
Os versos deste poema são todos decassílabos, têm 10 sílabas métricas cada um.
Tema
O tema deste texto é o
amor
e
o que é amar

. "Eu quero amar, amar perdidamente!"

    Divisão do poema em partes e sentimentos evidenciados pelo eu lírico
Na primeira estrofe, o sujeito poético mostra o quanto quer amar e que não tem nenhuma pessoa que ama mais. Na segunda o eu poético recorda que teve várias paixões na vida e afirma que não se pode ter apenas uma. Na terceira e quarta estrofes o eu lírico diz que as pessoas têm de aproveitar a vida pois foi para isso que Deus nos deu a vida e um dia há-de acabar. Espera também que no dia da sua morte ele consiga livrar se do seu velho corpo para ter uma nova vida.
    Ao longo do poema o eu poético sente amor e esperança no futuro
Recursos expressivos e seu valor.
     O poema contém repetição na primeira estrofe,versos 1 e 4, que significa que o sujeito poético quer amar muito e contém interrogação retórica na segunda estrofe, versos 5 e 6, que significa que o sujeito poético pensa se amar é bom ou mau, se deve recordar as paixões ou não.[[

Título do poema

O título do poema é "Amar" porque o sujeito poético fala do
que é amar
, da sua
experiência com o amor
e de que se
o deve aproveitar

.


Alguns sonetos de Florbela Espanca



AMAR

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
Amar! Amar! E não amar ninguém!


Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!


Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!


E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Se Tu Viesses Ver-me...

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...


Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...


Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri


E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...


Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"


Fanatismo

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

(Livro de Soror Saudade, 1923)
Florbela Espanca




Pesquisa e organização da postagem: Profª Lourdes Duarte  


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